Cristão, natural de Colossos, e fundador da igreja colossense (Cl 4.12 – e l.7). S. Paulo lhe chama "amado conservo...e fiel ministro de Cristo" (Cl 1.7), e honra-o com aquele título que em outro lugar reservou somente para si e Timóteo, isto é, o de "servo de Jesus Cristo" (Cl 4.12,13). Tinha ido a Roma com o fim de levar a Paulo notícias a respeito dos seus convertidos, sendo a epístola aos Colossenses a resposta "aos santos e fiéis irmãos em Cristo, que se encontram em Colossos" (Cl 1.2). Aparentemente estava ele preso junto com o Apóstolo Paulo, embora possa ser figurada a expressão "prisioneiro comigo, em Cristo Jesus" (Fm 23). O nome é uma forma abreviada de Epafrodito, mas o pastor colossense é distinto do mensageiro filipense.
O nome de Epafras aparece algumas vezes na Bíblia designando um fiel servo de Cristo que ministrava na igreja de Colossos. As poucas vezes que ele é mencionado refletem o fato de ser uma figura realmente especial, fornecendo um belo modelo para todo crente. Nesta pastoral, quero destacar alguns aspectos desse modelo, na expectativa de que os irmãos se sintam encorajados a reproduzir em seu convívio eclesiástico as mesmas práticas e virtudes demonstradas por Epafras.
Em primeiro lugar, Epafras foi um agente comunicador (Cl 1.7,8). Ele trabalhou não somente como um mestre na igreja de Colossos (Cl 1.7), mas também (não se assustem!) como um “fiscal” que relatou a Paulo as coisas boas e más que viu ali, tudo com o objetivo de ajudar o apóstolo a cuidar melhor do rebanho de Cristo.
De fato, Epafras visitou Paulo, que estava preso em Roma, e lhe falou acerca da fé e do amor dos colossenses, apresentando um relatório ao apóstolo que o deixou muito satisfeito e também deu ensejo a que ele estimulasse os crentes a continuar cultivando aquelas virtudes (Cl 1.7-9).
Além disso, de acordo com os comentaristas, foi certamente por meio de Epafras que Paulo soube da heresia que ameaçava as igrejas da região (o gnosticismo incipiente) e, então, pôde advertir os crentes quanto ao seu perigo. Isso foi muito importante porque o curso posterior do cristianismo mostra o quanto o rigor de Paulo influenciou os pastores antigos na rejeição dessa heresia. Na França, por exemplo, Irineu de Lião (século 2) lutou bravamente contra os mestres gnósticos, fornecendo muita “munição literária” para outros ministros do evangelho. No fim das contas, essa firme resistência cristã fez o gnosticismo praticamente desaparecer.