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Igrejas inclusivas quanto à questão da diversidade sexual

Quando frequentam ambientes religiosos, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgênero comumente enfrentam discriminação, acabam desistindo do meio cristão e aprofundando-se no isolamento social. Vista como "aberração" em razão da orientação sexual ou de gênero que fogem do padrão dominante, a população LGBT aos poucos parece encontrar acolhimento por meio da em Santa Catarina. A primeira igreja inclusiva do Estado foi criada há quatro meses em Joinville e, em 17/09/2016, ocorreu em Imbituba o culto inaugural da segunda instituição religiosa focada na diversidade sexual, apesar da resistência de alas religiosas mais conservadoras.

Além de serem integradas aos cultos, as minorias são protagonistas nas atividades ministeriais na Arena Apostólica Church. Em Curitiba, onde a igreja nasceu, há uma pastora transexual. A inclusão também ocorre no Norte de Santa Catarina, onde a líder religiosa Graça Silva, 48, que é evangélica desde os 14, assumiu-se lésbica e, agora, comanda as celebrações. Depois de um casamento heterossexual na tentativa de encaixar-se em instituições tradicionais, conheceu a Teologia Inclusiva (leia mais na entrevista abaixo) por meio da graduação em História. Ela destaca a oportunidade de ser o que se é como o grande trunfo desse tipo de igreja. 

– Sempre houve uma lacuna espiritual. Eu me sentia deslocada por querer me libertar de algo que está dentro de mim e que eu tinha e tenho certeza de que não é pecado. Como eu fui uma pessoa rejeitada e depois acolhida, hoje também ajudo nesse resgate. Porque a casa do Senhor é de oração para todos os povos. Deus não permite promiscuidade, mas permite o amor, não importa o sexo – explica Graça, ao citar o livro de Isaías.

A igreja em Joinville vem recebendo cerca de 70 fiéis a cada semana, inclusive heterossexuais, de cidades da região Norte do Estado. De matriz evangélica pentecostal, a instituição religiosa Acolhidos Por Cristo pretende abraçar a população gay, de prostitutas e em situação de rua com o Ministério Deixados Para Trás, no Sul do Estado. A igreja tem sede fixa com espaço para cerca de 60 membros, os cultos devem ser celebrados duas vezes por semana e até casamentos homoafetivos estão previstos.

– Os homossexuais têm vontade de participar, mas o receio é maior. Geralmente, eles ficam no cantinho, não participam ativamente e ainda escondem a própria identidade, o que é pior. Aqui eles serão protagonistas. Partimos do princípio do respeito e da garantia de apoio espiritual, que todos precisam – defende o apóstolo e fundador Jota Macedo.

O pastor é casado com uma mulher e pai de dois filhos, mas sempre enxergou com naturalidade a diversidade sexual, mesmo enquanto atuou em uma igreja tradicional por cinco anos. Questionado sobre o livro de Levítico 18.22, que assim como outros da Bíblia considera abominável um homem se deitar com outro, o teólogo diz que é necessário ponderar o contexto em que o excerto bíblico foi escrito.

– A Bíblia é polissêmica. Sua interpretação pode ser feita para o bem e para o mal. Nesse texto, o apóstolo Paulo, que é bastante extremista, fala em violência sexual, não no estabelecimento de uma relação – explica Jota. 

O sacerdote projeta a criação de uma congregação no país, onde se estima que haja mais de 20 igrejas inclusivas, concentradas principalmente no eixo Rio de Janeiro-São Paulo, com pouco mais de 10 mil fiéis.

A responsável pelo mapeamento feito desde 2008 e atualizado em 2012 é a pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas, Fátima Weiss de Jesus, que também colabora com estudos sobre religião, gênero e sexualidade na federal catarinense. Conforme a antropóloga, instituições religiosas com essa proposta começaram a ser criadas no Brasil no início dos anos 2000 por inspiração da pioneira Igreja da Comunidade Metropolitana, fundada em 1960 nos Estados Unidos.

– A proliferação de igrejas inclusivas no Brasil segue uma dinâmica semelhante ao movimento pentecostal e neopentecostal nas estratégias para ganhar adeptos, na estrutura e nas formas de interpretar o texto bíblico. Essas semelhanças impactam na moral, na flexibilização de práticas sexuais, no acolhimento e visibilidade das pessoas fora dos padrões de gênero nesses grupos.

Flexibilizar para conquistar mais seguidores

Outras iniciativas semelhantes demonstram flexibilização das doutrinas religiosas em diferentes instituições. A Igreja da Paz, instituição evangélica com sedes em Navegantes, Itajaí, Balneário Camboriú e Florianópolis, é exemplo. Por meio de encontros semanais fora do templo sagrado, também demonstra desejo de atrair minorias oprimidas.

– Somos muito abertos a esse movimento. Trabalhamos com células, que são reuniões de pequenos grupos nas casas das pessoas. Dessa forma, é iniciada uma convivência em um espaço reduzido e, depois, ampliada para um grande grupo, que é o culto aos domingos. A adesão acontece mais facilmente assim e o preconceito tende a não acontecer – aposta o pastor Jairo de Oliveira Pereira.

Segundo o líder religioso, ainda não há uma reunião específica para o público gay, mas somente porque a igreja é nova no Estado e ainda está se ajustando desde os três meses que chegou. A ideia, insiste o pastor, é acolher.

– Acredito que as igrejas erram quando se fecham e excluem pessoas por não concordarem com determinado comportamento. Não é dessa forma que a igreja vai cumprir seu papel de agente transformador da sociedade. É muito melhor ter as minorias conosco nos ajudando nesse papel de inclusão e não de condenação.

Liderança da Arena Apostólica Church, em Joinville, a primeira igreja inclusiva do Estado, fundada há quatro meses Foto: Rodrigo Philipps / Agencia RBS
 

O que dizem as igrejas tradicionais

O papa Francisco recebeu Diego Neria Lejarraga em janeiro de 2015 para uma conversa. Uma vez chamado de "filha do diabo" por um padre espanhol, o homem transexual procurou consolo no líder religioso após autorização do Vaticano. Quando Lejarrage perguntou se tinha um lugar na igreja, o pontífice o respondeu com um abraço. Em outra oportunidade, quando voltava da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, Francisco afirmou que "se uma pessoa é gay, procura Jesus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O catecismo diz que não se deve marginalizar essas pessoas. Elas devem ser integradas à sociedade".

Se o papa Francisco demonstra discurso liberal em relação à diversidade sexual, na prática a integração não ocorre nas igrejas católicas. O vigário geral da Arquidiocese de Florianópolis Vitor Feller rejeita a ideia de preconceito, mas defende a manutenção de dogmas tradicionais. 

– A Igreja Católica sugere que orientem sua homossexualidade para a prática da vontade de Deus na castidade cristã. São chamadas a viverem o seguimento de Cristo e, portanto, a perfeição cristã.

Apesar do conservadorismo, o padre destaca algumas mudanças ao longo do tempo na igreja. 

– O que muda é o modo de acolher e atender as pessoas, como tem acontecido no decorrer dos dois mil anos de cristianismo, como por exemplo, na relação com pessoas de outras religiões, com os povos indígenas, com pessoas que se afirmam não crentes, com casais em segunda união. Também o modo de se relacionar com pessoas de orientação homossexual tem se modificado no decorrer da história. Muda-se, portanto, a pastoral, mas não a doutrina.

Já no âmbito evangélico, o presidente do Conselho de Pastores do Brasil, Silas Malafaia, disse publicamente por várias vezes não reconhecer essas comunidades, comparando-as com igrejas de ¿polígamos, prostitutas e adúlteros¿.

ENTREVISTA: "A Bíblia não é um livro preconceituoso"

Foto: Alexandre Feitosa / Divulgação
 

Lançado neste mês, Teologia Inclusiva é o quarto livro do pastor brasiliense Alexandre Feitosa, 39 anos, que desde 2006 se debruça sobre as questões que envolvem religião, homossexualidade e transexualidade no país e no mundo. Confira a entrevista com o especialista, membro da Comunidade Athos, uma das primeiras igrejas inclusivas do Brasil:

O que é a Teologia Inclusiva?
Começou como uma revisão crítica dos textos bíblicos convencionalmente utilizados para condenar a homossexualidade. Essa abordagem teve início na Inglaterra por meio de clérigos anglicanos na década de 1950. Desde então, os conceitos bíblicos tradicionais sobre a homossexualidade começaram a ser questionados. Nas décadas seguintes, especialmente nos Estados Unidos, os estudos sobre Bíblia e homossexualidade se multiplicaram, resultando em diversas publicações. As conclusões eram sempre as mesmas: a Bíblia não condena a homossexualidade, logo, não haveria razão alguma para excluir da Igreja as pessoas homossexuais. A Teologia Inclusiva é, portanto, uma abordagem bíblica que permite uma compreensão para além da literalidade textual. Seu pilar está na graça divina, segundo a qual Deus não faz distinção de pessoas, antes, todos desfrutam do mesmo status, independentemente de suas singularidades. Para ser alcançado pela graça, basta ser humano. Nada mais.

A Bíblia condena as minorias sexuais? É um livro preconceituoso?
É errôneo pensar que a Bíblia condena as minorias sexuais. As escrituras nasceram em um contexto cultural que desconhecia a diversidade sexual, portanto, seus autores não poderiam fazer qualquer referência ao que hoje conhecemos como orientação sexual e identidade de gênero. Preconceituosas são as leituras descontextualizadas que geram opressão e discriminação. Esse tipo de leitura foi responsável pela escravização de pessoas negras, pela segregação racial, pela proibição do casamento misto (entre brancos e negros nos Estados Unidos) e pela dominação masculina sobre as mulheres. Infelizmente, a Bíblia ainda é usada para excluir e oprimir a comunidade LGBT. A Teologia Inclusiva busca combater leituras opressivas e demonstrar que a Bíblia não é um livro preconceituoso. A Teologia Inclusiva procura enfatizar um princípio bíblico fundamental: Deus não faz acepção de pessoas. 

Que tipo de interpretação bíblica é necessária para incluir o grupo LGBT?
Só há uma forma de interpretar a Bíblia de forma a incluir todas as pessoas: abandonar leituras literais e superficiais e aprofundar-se na contextualização textual, histórica e cultural. O segundo passo é compreender corretamente a mensagem do Evangelho e a perspectiva de Cristo, que jamais discriminou pessoas, antes, caminhou em direção aos marginalizados de seu tempo, especialmente os excluídos pela religião institucional. 

Como as igrejas inclusivas trabalham com esse público?
Pregando o Evangelho exatamente como ele é: inclusivo por essência. As Igrejas Inclusivas procuram contemplar a realidade da comunidade LGBT. Embora o Evangelho seja universal, tais pessoas esperam ser vistas, notadas em suas necessidades afetivas e espirituais. As Igrejas Inclusivas estão sensíveis a essa demanda e procuram contextualizar a mensagem de Cristo, oferecendo um discurso que não está disponível nas igrejas cristãs convencionais. São pessoas cansadas, feridas pelo fundamentalismo religioso, porém, sedentas por encontrar um lugar onde possam relacionar-se com Deus e com o próximo, professando sua fé e vivenciando sua afetividade sem culpas ou cobranças.

Em uma igreja inclusiva, tudo é liberado?
Não. Embora apresentem diferenças doutrinárias e litúrgicas, no geral, as Igrejas Inclusivas pregam contra a promiscuidade, o sexo sem compromisso, os vícios e coisas semelhantes, tal qual ocorre com as demais igrejas cristãs. 

As igrejas convencionais impõem muita resistência ao formato inclusivo?
Sim. Para a grande maioria das igrejas, os LGBT são vistos como abominação, como pervertidos sexuais e pessoas que, deliberadamente, estão indo contra a natureza e contra o modelo relacional estabelecido por Deus; por essa razão, não devem ser aceitos, a não ser que sigam a heteronormatividade [norma dominante que dita o heterossexual como certo]. Os cristãos LGBT são vistos como pessoas indignas de estarem dentro de uma igreja, quer como membros, quer ocupando alguma posição eclesial. As denominações Inclusivas não são reconhecidas como igrejas, mas como seitas. Felizmente, há exceções. Lideranças cristãs importantes já têm compreendido que não há condenação bíblica aos LGBT e já começaram a abrir suas igrejas para esse público. É o caso da Igreja Batista do Pinheiro em Maceió (AL), do Caminho da Graça (em todo o Brasil) e da Igreja Vivo por Ti, em Taguatinga (DF). 

As primeiras igrejas

— No Brasil, as primeiras tentativas de implantação de comunidades cristãs inclusivas datam de 1980, por meio de pessoas ligadas à Igreja da Comunidade Metropolitana, a primeira denominação cristã inclusiva do mundo, fundada em Los Angeles em 1968 pelo reverendo Troy Perry.

— Entretanto, somente em 2002, em São Paulo, nasceria a primeira igreja inclusiva no Brasil com o protagonismo de um pastor assumidamente homossexual, o teólogo chileno radicado no Brasil, Victor Orellana.

— Desde então, dezenas de denominações inclusivas têm surgido em vários estados brasileiros, especialmente nas capitais. 

— 10 mil é o número estimado de membros dessas igrejas, incluindo não apenas a comunidade LGBT, mas um número considerável de heterossexuais.

— Em Santa Catarina, a igreja inclusiva chegou há quatro meses, em Joinville, a Arena Church, fundada há um ano em Curitiba pelo apóstolo Chlisman Toniazzo.


Fonte: http://dc.clicrbs.com.br/sc/estilo-de-vida/noticia/2016/09/pela-cura-da-homofobia-igrejas-inclusivas-chegam-a-santa-catarina-7489649.html

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