
Ele era do conselho de Davi, mas quando convocado por Absalão, que havia se rebelado contra o rei Davi, seu pai, Aitofel não resistiu, aceitou a convocação e se tornou o seu conselheiro (15:12). Ele revelou ser um traidor ao lado de Absalão, um rebelado. Um homem infame ao lado de um líder rebelde.
O conselho de Aitofel tornou-se totalmente abominável quando ele disse para Absalão possuir as concubinas de seu próprio pai Davi (16:20-22). A palavra dada por Aitofel era considerada como se fora a palavra do próprio Deus (16:23) tamanho o respeito que Absalão tinha por ele. Aitofel perdeu a oportunidade de ser um pacificador, um homem que lutasse pelos ideais de Deus. Antes optou pelo caminho da desonra e da abominação, tornando com seu conselho, insustentável a relação entre Davi e Absalão. O que já estava ruim ficou pior ainda.
Isso tudo cresceu dentro dele, mexeu com o seu orgulho, porque quando Absalão resolveu não quis ouvir o seu conselho, mas o de Husai, numa estratégia de ataque (17:14), Aitofel foi para sua casa, organizou os seus negócios, e numa ação totalmente premeditada, cometeu o suicídio.
O que acontece quando nossa opinião é desprezada, quando nossas idéias não são as melhores, quando alguém se destaca melhor do que nós no que faz? A reação de Aitofel é característica do orgulho, da arrogância e prepotência. O seu conselho é visivelmente de alguém que não teme a Deus, que se opõe a Ele.
Para os que se assemelham a ele não há espaço para ninguém mais, exceto eles mesmos. Os “Aitoféis” da vida pensam que não erram, ou nunca querem admitir quando erram. E por isso, enquanto pensarem assim, jamais conseguem se consertar. Aitofel entrou em crise, e estupidamente, num acesso de loucura, suicidou-se. Muitos há que se matam espiritualmente em seu orgulho, somente para não terem que dizer: “eu estou errado, eu quero mudar”.
Tantos estão enterrando os seus talentos e dons na cova do orgulho e da altivez de espírito (Pv 16:18). O contrário da humildade necessária é a crise, a loucura e a própria auto-destruição. Que o exemplo trágico desse homem sirva-nos para: jamais nos associarmos aos traidores e infames; sermos humildes para entendermos que não somos perfeitos e nem melhores que os outros, e quando erramos precisamos agir em busca do acerto, do recomeço pela graça de Deus (1 Jo 1:9); nunca esquecermos que nossos atos sempre têm conseqüências. Se agirmos de acordo com a vontade de Deus as conseqüências serão bênçãos; mas se nos afastarmos dEle, nos rebelando e agindo contrariamente à Sua vontade, as conseqüências não serão nada boas, com toda certeza (Gl 6:7).
Se você está passando pela crise de Aitofel, tome uma atitude de humildade e retorne para os braços amorosos de Deus. Obs.: síndrome = conjunto de sintomas que caracterizam uma doença.