Mentoreamento pode ser definido como o relacionamento entre uma pessoa mais experiente e outra geralmente mais nova, no intuito de caminhar juntos e prover auxílio nas diversas áreas da vida, usando diversos recursos para sensibilização e acompanhamento. No caso cristão, o principal recurso utilizado é a Palavra de Deus, embora o mentor possa fazer uso de outros meios, ilustrações e recursos pedagógicos, que visam orientar adequadamente o mentoreando (discípulo).

De uma forma bem simples, mentoreamento pode ser ilustrado quando você, por exemplo, precisa dirigir um carro em uma estrada em que a neblina é espessa, a ponto de impedir que você enxergue o que está à sua frente. Nestas horas, estar sozinho numa rodovia, é um problema sério, mas se houve um carro em sua frente (de preferência um ônibus ou caminhão baú, você terá mais facilidade ao se referenciar pelas lanternas dele.

Portanto, o mentoreamento é um processo de referenciamento, de guiar em meio aos obstáculos que vão surgindo. O mentor é alguém que faz a diferença na vida do mentoreando, através de um relacionamento profundo e de acréscimo. Podemos ver na Bíblia vários exemplos de mentoreamento: Moisés e Josué (Ex 24.13; Dt 31.1-8), Elias e Eliseu (1 Rs 19.19-21; 2 Rs 2.1-16), Barnabé e Saulo (Paulo) (At 9.26-30, 11.22-30), Paulo e Timóteo (At 16.1-3; Fp 2.19-23; 1 e 2 Tm). Nestes exemplos há dois processos distintos acontecendo: discipulado e mentoreamento.

Enquanto a palavra discípulo significa aluno, aprendiz, isto é, aquele que segue doutrina ou ideias de outro, de forma livre, a mentoria, significa um processo de orientação, aconselhamento e tutoreamento, visando proteger, cuidar do iniciante para que este possa caminhar e aplicar os ensinamentos em todas as áreas de sua vida. Note que a diferença é que quem se coloca sob o mentoreamento de outro, precisa seguir o que lhe é repassado. Portanto, não se trata de transmissão de conhecimentos, mas na prática um processo mais intenso de transferência de valores e vida.

Na escola normal, a tarefa do professor termina assim que a aula acaba. No mentoreamento não. Aliás, o discipulado funcionará melhor se o discipulador for, de fato um mentor, ou seja, vai além de ensinar, apontar um caminho; envolve caminhar junto, praticar os princípios ensinados na aula, de forma que o que se aprende na teoria, se coloca em prática, juntos. Para este a mentoria funcionar bem, são necessários cinco requisistos: disciplina, amor, confiança, empatia e sinceridade.


Referencial Bibliográfico:

HENDRICKS, H. D., HENDRICKS,W.G. Como o ferro afia o ferro. 1 ed. São Paulo: Shedd, 2006.

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