10.1 — A assinatura de um documento no mundo antigo era feita de forma parecida com o método adotado em tempos mais recentes, nos quais se usava um selo de cera. Um selo especial era pressionado sobre argila macia, e o modelo dele mostrava que autoridade havia emitido tal registro.
10.2-8 — Os sacerdotes que selaram o acordo estão aqui relacionados. Alguns desses nomes aparecem em uma lista posterior como chefes dos sacerdotes (12.11-20). Vinte e um sacerdotes, chefes das famílias, assinaram o acordo em nome das casas e famílias de suas respectivas classes. O nome de Esdras não aparece, indicando que, talvez, ele não fosse o líder de uma família.
10.9-13 — Os levitas também assinaram o concerto. Alguns desses nomes aparecem posteriormente como chefes das ordens dos levitas (12.8).
10.14-27 — Quarenta e quatro chefes do povo também assinaram o concerto. Ao contrário dos líderes religiosos, estes eram os líderes políticos da comunidade judaica (compare com 7.4-63; Esdras 2).
10.28 — Não apenas os líderes, mas os leigos também assinaram o concerto. Os netineus eram os servidores do templo que realizavam o trabalho doméstico no santuário (Ed 2.43). Todos os que se tinham separado dos povos das terras eram os descendentes dos israelitas que haviam sido deixados na terra e juntaram-se aos remanescentes que regressaram. Homens, mulheres e crianças de idade suficiente fizeram a assinatura do concerto.
10.29 — Convieram num. A frase indica as penalidades pelo fracasso em cumprir o concerto. O povo fez um juramento para viver pela Lei de Deus, a qual era uma dádiva divina, dada pelo ministério de Moisés. Os israelitas juraram que observariam a Lei de Deus. Mandamentos, juízos e estatutos. Essa é uma maneira de falar da Lei de Deus como um todo (Ne 1.7).
10.30 — A decisão dos israelitas de obedecer à Palavra de Deus em todas as áreas de sua vida (v.29) não foi apenas uma declaração geral. O povo prometeu obedecer à Lei de Deus especificamente em suas relações matrimoniais. O casamento com não judeus era claramente proibido nas Escrituras (Êx 34.12-16; Dt 7.3; Js 23.12; Jz 3.6).
Não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos. Os pais de Israel decidiram proibir seus descendentes de casarem-se com não judeus. No mundo antigo, os casamentos eram, geralmente, arranjados pelos pais.
10.31 — Outras áreas da vida foram incluídas na dedicação do povo à Lei de Deus. Este versículo trata da observância do Sábado, e três detalhes em relação a esse dia da semana são mencionados: em primeiro lugar, o povo prometeu parar de comprar dos estrangeiros e de vender para eles no Sábado; em segundo, ele se comprometeu a observar o Ano Sabático, ou seja, a deixar seus campos sem cultivo a cada sete anos (Lv 25.1-7); por último, decidiu não cobrar dívidas durante o Ano Sabático (Dt 15.1-6). O povo estava dedicando-se a guardar a Palavra do Senhor em sua vida profissional.
10.32-39 — O restante do capítulo trata da promessa do povo de obedecer à Palavra de Deus em relação ao templo. Nessa área, o povo fez quatro promessas: (1) pagar uma taxa ao templo a fim de cobrir as despesas das cerimónias de adoração no santuário de Deus — o versículo 33 lista os itens que a taxa supriria; (2) fornecer a oferta da lenha. A Lei determinava que a lenha queimasse constantemente no altar (Lv 6.12,13), e Neemias fez com que essa fosse uma obrigação da congregação; (3) oferecer ao Senhor os primeiros frutos no templo, como reconhecimento de Seustótus como o Dono da terra (Ex 23.19; 34.26; Dt 26.2). O povo prometeu os primeiros frutos de todas as árvores, o que significa que ele estava indo além das exigências da Lei. Ademais, o primogênito dos animais também pertencia ao Senhor (Nm 18.15, 17-19); e (4) remunerar os sacerdotes.